HISTÓRIA DA
SOCIEDADE FILARMÓNICA UNIÃO E CAPRICHO OLIVALENSE
Por : Jaime Carvalho – Helder Rodrigues – Joaquim Silva
“ No primeiro dia do mês de Junho de 1886, pelas oito horas da noite, em casa do Sr. Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo… compareceram vinte e um cidadãos residentes nesta freguesia a fim de organizarem uma Sociedade Filarmónica nesta localidade”.
Nascia assim a S.F.U.C.O. – Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense
No dia 8 do mesmo mês, efectua-se a segunda reunião em casa do mesmo Sr. Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo, funcionando como “provisória sala das sessões” e aí se encontraram 27 dos 54 associados já existentes, que elegem uma comissão para elaboração dos estatutos, nomeiam o Sr. Lourenço de Oliveira para tentar arranjar uma sede e determinam o pagamento de uma jóia de 1.000 réis, quantia que deveria “auxiliar na grande despesa a fazer com a compra dos indispensáveis instrumentos dos quais se deverá fazer aquisição com a brevidade que o caso reclama”.
Em 18 de Junho, às “8 horas da noite”, inicia-se a quarta reunião que regista a presença de 32 associados.
Esta reunião reveste-se de particular importância por três motivos:
– A comissão nomeada para elaborar o projecto dos estatutos, e que era composta por José Maria da Costa Belo, Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo e José Agostinho dos Santos, apresenta o seu trabalho.
– É eleita a primeira Direcção da Colectividade nas pessoas de :José Maria da Costa Belo (director); Lourenço de Oliveira (vice-director); Faustino Cardoso (1º.secretário); José Maria da Silva Jácome (2º. Secretário) e João Mata Crisóstomo (tesoureiro).
– Por último e como principal atractivo, esta Assembleia reúne já em sede própria.
De facto, conseguiu-se arranjar uma casa para instalar a sede da colectividade no nº. 32 da Rua Nova, muito perto do Rio Tejo que, na altura, alagava frequentemente os terrenos marginais, nos dias de hoje o local é ocupado pelo parque das Nações – Gare do Oriente.
Pelo aluguer de um semestre (Junho a Setembro) são pagos ao Sr. Óscar Marques da Silva, proprietário da casa em questão, 15 mil réis.
Na quinta reunião, realizada um mês após a criação da sociedade, em 1 de Julho de 1886, entre outros assuntos tratados de menor importância, nomearam o Sr. Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo para a difícil tarefa de escolher e sugerir o nome do mestre para a Filarmónica.
Entretanto, a reunião seguinte, realizada em 6 de Julho, regista os pedidos de demissão, dos 1º. e 2º. Secretários da Direcção, mas não nos dá qualquer explicação para as desistências, que são aceites pela Assembleia que ocupa as vacaturas com os Srs. Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo e Óscar Marques da Silva.
Nessa mesma reunião o Sr. Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo dá conta dos contactos estabelecidos com dois mestres de banda, tendo um pedido o ordenado de 12 mil réis a troco de duas lições semanais e o outro ficado a pensar no convite, prometendo apresentar posteriormente as suas condições.
A Assembleia resolveu aguardar elementos que lhe proporcionassem a melhor decisão.
No dia 9 de Julho tem lugar a sétima reunião geral de sócios, o que demonstra o interesse e a pressa postos nos trabalhos, uma vez que realizam três reuniões em 9 dias apenas.
Logo no início, o Sr. Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo informa os presentes, das diligências efectuadas para a contratação de um mestre. Assim, e perante o pouco interesse manifestado pelo regente da Banda da Sociedade do Beato, foi decidido contratar o Sr. João Pedro Vieira, contramestre da Banda do Regimento de Infantaria 5, marcando-se desde logo a data para a tomada de posse e a primeira lição, após o que, dada a insistência de vários sócios no sentido de ser escolhido um nome para a Sociedade, se avançou nesse tema.
Foram apresentadas à Mesa três propostas:
– 1ª. – Sociedade Olivallense Timbre e Capricho, feita pelo Sr. José d’ Almeida Ribeiro
– 2ª. – Sociedade Philarmónica União e Capricho Olivallense, do Sr. Joaquim Lopes d’ Abreu Castelo
– 3ª.- Sociedade Recreio Artístico, Lourenço de Oliveira
Interveio o Sr. Castelo para defender “ardentemente” a sua sugestão, fazendo votos para que, no caso de ser aprovada “o procedimento e boa vontade dos sócios correspondesse ao título”.
Os encontros dos associados prosseguem informais e no livro de actas adivinham-se as esperanças e o entusiasmo que presidiam a esses encontros, até que, em 8 de Agosto, com presença de todos os elementos da Direcção se realiza uma nova reunião.
Como tema principal de agenda de trabalhos, a aquisição dos primeiros instrumentos. É decidida a compra de material em segunda mão e estudada a proposta da Filarmónica dos Caminhos de Ferro que, por cento e trinta mil réis nos vendia um conjunto de 39 instrumentos, dos quais, segundo a opinião de Mestre Vieira, 22 se encontrariam em bom estado.
A contraproposta da S.F.U.C.O. é de cento e dez mil réis pelo instrumental e bem assim “estantes, bandoleiras, sacos para músicas, etc…”
Desta quantia, seriam entregues de imediato 45.000 réis, procedendo-se ao pagamento do restante no final do mês.
Foi então decidido apelar aos sócios no sentido de contribuírem financeiramente para a despesa que era, sem dúvida, elevada.
Nesta mesma sessão é ainda resolvido adquirir uma cama para o Mestre. Por esta altura, o mestre da banda, porque as aulas e ensaios acabavam tarde, dormia algumas vezes na sede e, para isso, passou a dispor de uma cama.
Hoje, felizmente, não há camas nas instalações da S.F.U.C.O., mas há muitos elementos cujo esforço dedicação à causa comum é tal que lhes falta apenas lá dormir.
Muito antes da S.F.U.C.O. existiu nos Olivais uma banda, na fábrica de papelão situada na Rua Nova (hoje, Rua Conselheiro Ferreira do Amaral). Tocou nessa banda Joaquim dos Reis Cardoso, avô de Joaquim Cardoso Alves, já falecido e que foi 1º. Trompete da banda da S.F.U.C.O. durante 48 anos.
Da existência da banda da fábrica de papelão, nada mais conseguimos apurar, mas não nos parece arriscado supor que foi o seu desaparecimento e o gosto pela Música que ela criou na população dos Olivais, que levou um grupo de cidadãos a criar a S.F.U.C.O., com uma banda que dependesse da “União e Capricho” dos habitantes dos Olivais e não do capricho ou das possibilidades financeiras de um mecenas qualquer.
Joaquim dos Reis Cardoso passou então a tocar na banda da S.F.U.C.O., na altura já sediada na Rua Conselheiro Dias Ferreira, 16 – 1º., hoje totalmente desaparecida e que se situava a Sul da Avenida de Berlim, onde hoje está localizado o Largo Jaime Carvalho (um dos autores desta história).
Tempos depois, o Sr. Reis Cardoso teve uns desentendimentos na S.F.U.C.O. e resolveu sair e fundar uma banda na sua fábrica, a “Fábrica da Louça dos Olivais”. Vulgarmente conhecida por “Fábrica dos Tachos” e que ele fundou em 1876, na Travessa dos Buracos, junto à sua residência nos Olivais Velho. Essa banda era composta por Joaquim dos Reis Cardoso e pelos operários da sua fábrica.
A partir de 1894, há notícias de concertos realizados na Praça da Viscondessa dos Olivais, executados pela banda da S.F.U.C.O. e por outras: a das Fábricas de Sacavém, de Louça dos Olivais e de Caçadores 5.
Pensa-se que, por esta altura terá sido apresentado à Câmara um pedido para a construção de um Coreto na Praça da Viscondessa.
Formulado pela S.F.U.C.O., pela Junta de Freguesia, ou por um grupo de moradores, o que parece indiscutível é que a existência de uma sociedade filarmónica terá sido determinante para a Câmara se decidir a construir o Coreto, que foi inaugurado em 9 de Agosto de 1896, num acto um tanto atribulado e com alguns sustos, como relata na época o jornal “O Século” de 11 de Agosto de 1896, pág.2:
A banda da S.F.U.C.O. alternou com a banda dos Bombeiros Municipais.
“O largo estava embandeirado e iluminado, vendo-se muitas pessoas, tanto dos Olivais como de Lisboa e arredores. Afluíram muitos vendedores de bolos e refrescos. Na ocasião em que a festa tocava o seu auge, e em que estavam descansando de tocara a banda da Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense, um dos candeeiros de petróleos, que, por imprevidência tinham pendurado por meio de uma corda, queimou esta e o candeeiro caindo, derramou petróleo sobre os instrumentos e Coreto que começou a arder. Como é de calcular houve grande confusão, saltando toda a gente a querer apagar o incêndio, o que se conseguiu ao fim de algum tempo, ficando os instrumentos de madeira todos inutilizados e os de metal dessoldados e o Coreto chamuscado. Dos instrumentos apenas quatro se salvaram em melhores condições.”
Se a Praça da Viscondessa era o ponto de atracção da antiga povoação dos Olivais, a S.F.U.C.O. era o grande centro dinamizador de todas as actividades culturais e recreativas dos Olivais.
Encontramos ecos disso na Imprensa da época, especialmente no jornal “O Século”. Assim, era costume ouvir-se música regularmente, na Praça da Viscondessa, tocada pela banda da S.F.U.C.O., entre as três e as cinco ou entre as quatro e as seis da tarde.
Nos Santos Populares, era costume organizarem-se festejos, tocando-se no Coreto. Por vezes, os festejos prolongavam-se pelo mês de Julho, como aconteceu em 1903.
“Prosseguiram hontem (…) os festejos iniciados em 13 de Junho para solenizar a comunhão geral e o dia de Santo António. As festas de hontem principiaram por um acto caritativo: distribuição de um bodo a cem pobres da freguesia. Às três da tarde chegou a philarmónica União e Capricho Olivalense, instalando-se no Coreto (…) Às oito horas da noite começou o arraial, vendo-se o largo todo iluminado a bico Auer, e sendo a concorrência numerosa até às onze horas”.
A S.F.U.C.O. organizava algumas vezes quermesses e bazares na Praça da Viscondessa; além de tocar no Coreto, a praça era iluminada, montando-se barracas, tal como aconteceu em 1897 e 1900. Em 1905, a S.F.U.C.O. organizou uma festa de homenagem à Academia Musical 1º. de Janeiro, tendo-se realizado um “concerto musical no Coreto da Praça da Viscondessa.
As festas de aniversário da S.F.U.C.O. foram sempre muito concorridas e, nos tempos mais recuados, compunham-se de alvorada, sessão solene e sarau musical dançante; no largo fronteiro à sede da Sociedade, na Rua Conselheiro Dias Ferreira (que o local se designava por Rio de Nossa Senhora) armava-se, por vezes, um Coreto. Outras vezes, as festas decorriam na Praça da Viscondessa dos Olivais e foi por ocasião delas que, em 1902, a Câmara restaurou o Coreto.
Actualmente, as festas do aniversário da S.F.U.C.O. decorrem durante todo o mês de Junho e confundem-se, em grande parte, com as Festas da Cidade de Lisboa. Dos velhos tempos, mantém-se a alvorada no dia 1 de Junho, romagem ao Cemitério de São Cornélio, para homenagear os fundadores, músicos e sócios já falecidos e a Sessão Solene, actualmente para além da comemoração do aniversário destina-se também para entregar os emblemas de distinção aos sócios mais antigos (25, 40, 50 anos de associado).
Desde que se encontra na nova sede, as comemorações do aniversário da S.F.U.C.O., além do programa cultural e recreativo que já é habitual, contaram também durante alguns bons anos com o arraial, tendo o Júri de classificação dos arraiais populares uma organização da Câmara Municipal de Lisboa atribuído o 2º. Lugar em 1982 e o 1º. Em 1983 e 1984, hoje em dia durante o mês acontece um retiro esplanada para um convívio dos associados nos dias dos Santos Populares.
No entanto, as grandes festas dos Olivais eram as realizadas em Agosto, em honra do Mártir São Sebastião – apesar de o Calendário Litúrgico assinalar a festa de São Sebastião no mês de Janeiro, de resto, pouco propício para festas ao ar livre.
A primeira notícia que se conhece destas festas data de Agosto de 1896 e nelas participaram a S.F.U.C.O., as bandas da Fábrica de Louça dos Olivais e de Cavalaria 4. Estiveram interrompidas durante três anos e foram retomadas em 1899. Além da participação da banda, a S.F.U.C.O. assumia um papel dinamizador e colaborava na recolha de donativos, na decoração do local, na procissão (quando a conjuntura política permitia que esta se realizasse) e no convite às outras bandas, estabelecendo-se, muitas vezes o sistema de permuta, o que ainda hoje é habitual. Em 1896, por exemplo, as festas duraram dois dias, tendo a Companhia Real dos Caminhos de Ferro, estabelecido comboios especiais, além dos dezoito habituais, para quem quisesse ver o fogo, de artifício.
Nos últimos tempos da Monarquia, a S.F.U.C.O, como a generalidade das colectividades, era olhada como sendo um “coio de republicanos”.
Apesar disso, pouco depois da proclamação da República, um grupo de sócios, cheios de ardor revolucionário, começaram a contestar a orientação da sociedade, que consideravam demasiado “talassa”, e puseram um ultimato à direcção e aos restantes associados: ou essa orientação mudava ou se mudavam eles e como não vissem satisfeitas as suas reivindicações, demitiram-se, alugaram uma pequena casa na Calçadinha dos Olivais e constituíram uma sociedade com o objectivo de formarem uma banda alternativa à da S.F.U.C.O.
Só que os instrumentos musicais, naquele tempo, eram relativamente tão caros e os apoios oficiais também não eram maiores do que são hoje. Perante a impossibilidade de adquirirem os instrumentos necessários para formar uma banda, optaram pela solução mais económica e mais ao alcance em todos os sentidos, visto haver duas olarias na freguesia: isto é, resolveram formar um conjunto de ocarinas.
Para que não restassem dúvidas sobre os seus ideais, ao novo agrupamento musical deram o nome de “ Fanfarra Ocarinista Republicana 5 de Outubro Olivalense”.
O local onde se encontrava a sede daquele agrupamento situava-se a meio da Calçadinha dos Olivais, num recanto que o camartelo municipal fez desaparecer na construção da Escola Primária nº. 36 e que os antigos habitantes dos Olivais designavam por “Canto das Ocarinas”.
Catorze anos após a fundação da S.F.U.C.O., a actividade cultural dos Olivais foi enriquecida com a formação de uma nova colectividade, o Grupo Musical “O Pobrezinho”, fundado em 22 de Julho de 1900 e que ainda hoje tem a sua sede na Rua Chibuto, junto ao campo desportivo do Sport Lisboa e Olivais.
Não surgiu como concorrente nem fruto de qualquer dissidência no seio da S.F.U.C.O., mas foi fundado como uma iniciativa independente, espontânea e que vinha alargar a actividade musical a outro campo musical.
Em vez de uma banda – formada por instrumentos de sopro e percussão – a nova colectividade criou uma tuna – um grupo musical que tem como base os instrumentos de cordas, embora possa ter alguns instrumentos de sopro, principalmente de madeira: bandolins, violas, violinos, flautas e clarinetes. (A composição da tuna, porém, não obedece a princípios rígidos).
Desde o primeiro momento estabeleceram-se as melhores relações entre as duas colectividades e muitos sócios da S.F.U.C.O. passaram a ser sócios também do novo grupo musical, e até o regente da banda da S.F.U.C.O., João Pedro Vieira, foi igualmente o primeiro mestre da tuna, que passou a contar também com a colaboração de alguns dos melhores instrumentistas da banda da S.F.U.C.O.
A tuna tinha menos elementos do que a banda, talvez uns vinte e cinco, segundo informação que, em tempos, recolhemos do Sr. Joaquim Cardoso Alves, mas desempenhou um papel muito importante na actividade musical deste bairro naquele tempo.
Infelizmente, não resistiu à evolução dos tempos e às dificuldades…
Hoje, dela permanece apenas a recordação do nome perpetuado na simpática colectividade.
Não foi apenas em relação ao Grupo Musical “O Pobrezinho” que se revelou o espírito de abertura, de amizade e colaboração da S.F.U.C.O.
Em 1 de Julho de 1927, fundou-se a Academia Recreativa Musical de Sacavém, que, entre outros objectivos tinha o de criar uma banda.
O Sr. Joaquim Cardoso Alves gostava de recordar: “A primeira colectividade que ajudou, fomos nós… fomos lá iniciar”.
De facto, alguns músicos da banda da S.F.U.C.O. até acabaram por fazer parte das duas bandas, como o já citado Sr. Joaquim Cardoso Alves, João Baptista da Silva e outros, que durante anos, também tocaram na banda da Academia de Sacavém.
Com o passar dos anos, estas relações foram-se intensificando ao ponto de, em 1948, o regente da Academia de Sacavém, Sr. João de Sousa Viegas, ter passado a reger igualmente a da S.F.U.C.O. – situação que se manteve até fins de 1981.
Este espírito de amizade e de colaboração tem sido uma constante na história da S.F.U.C.O. e os sócios mais antigos gostam de recordar as relações outrora existentes com outros organismos como a Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo, a Sociedade do Alto de Santo Amaro, … “outra, da Travessa da Condessa da Ribeira, em Santo Amaro – e que era muitíssimo boa…”, a Sociedade do Beato, o Solidó do Cruzeiro da Ajuda… a banda de Alverca”.
Sócia honorária das colectividades congéneres da Figueira da Foz – a Sociedade Filarmónica Figueirense e a Sociedade Filarmónica Dez de Agosto – a S.F.U.C.O. foi protagonista de alguns acontecimentos muito importantes da vida daquelas colectividades.
Durante muitos anos, a S.F.U.C.O. manteve um intercâmbio regular com as duas bandas da Figueira da Foz, que se deslocavam alternadamente aos Olivais. Eram momentos de convívio extraordinários.
O jornal “A Federação Recreativa”, da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio, (nos dias de hoje passou a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto) registou com grande destaque o que foi, em 4 de Setembro de 1932, a”grande excursão à Cidade – Figueira da Foz – em que tomaram parte cerca de 400 associados e famílias, além da sua distinta Banda Musical que a honra sobremaneira, e o seu distinto mestre – Augusto César Carneiro – e representantes de outras colectividades”.
“Foi a Federação convidada a fazer-se representar, o que deu ensejo a podermos tornar hoje público, que tal excursão foi a maior embaixada recreativa que poderíamos desejar, para mostrar à província o que são e o que valem as Sociedades de Recreio do Distrito de Lisboa, sob a nossa união”.
“A recepção dada pela Câmara Municipal e por todas as Colectividades congéneres daquela Cidade e ainda o acolhimento recebido foi uma verdadeira manifestação de solidariedade que muito honra o nosso Meio Recreativo”…
…”O concerto dado em público pela Banda Musical… (da S.F.U.C.O.) mereceu os maiores louvores”.
“Pela primeira vez uma das nossas federadas conseguiu este grande desideratum: – fazer a maior propaganda da Federação… que está reduzida ao distrito da Capital”.
Infelizmente, as duas colectividades figueirenses encontravam-se de relações cortadas e a S.F.U.C.O. desenvolveu durante muitos anos uma hábil, paciente e discreta acção diplomática tendente a pôr fim ao diferendo, o que só se conseguiu já durante a II Guerra Mundial.
O acontecimento foi comemorado com toda a pompa possível consentida pelas restrições impostas pela Guerra que, entre outras coisas, impediu que se tivesse realizado outra grande excursão como a que acima referimos.
A banda da S.F.U.C.O. seguiu de comboio para a Figueira da Foz em cuja estação era aguardada pelas duas bandas locais. Após as saudações da praxe, as três bandas executaram a “Marcha da Reconciliação”, que o mestre da banda da S.F.U.C.O. tinha composto para a ocasião, utilizando elementos dos hinos das três colectividades, e a seguir desfilaram pelas ruas da Figueira da Foz ao som daquela marcha.
Um acontecimento inesquecível que encheu de alegria e comoveu inúmeros figueirenses.
Ainda hoje a S.F.U.C.O. mantém relações de amizade e de intercâmbio com colectividades de todo o país.
Um dos maiores problemas que se apresentam a todas as colectividades com bandas é encontrar (e manter) um regente com sensibilidade artística e qualidades pedagógicas, (estamos a falar do princípio do século).
O primeiro regente da banda da S.F.U.C.O. e já referido no início deste trabalho, foi “João Pedro Vieira”, que foi, durante muitos anos, subchefe da banda de Infantaria 5. Foi o autor inclusivamente do hino da S.F.U.C.O. Tinha um génio irascível que parece ter impedido a sua passagem a mestre… Desgostoso, pediu a sua passagem à reserva, mas era um grande artista! “
“Quando deixou a S.F.U.C.O. foi substituído por “Alfredo Carvalho Garcia”, até à data, o único regente civil da banda, tinha um curso da Academia de Amadores de Música e era carpinteiro de machado no Arsenal de Marinha… mas parece que, naquela altura, já não pegava no machado e vivia mais da Música do que outra coisa… Regeu a banda da S.F.U.C.O. durante muitos anos”.
Quando “Alfredo Carvalho Garcia” resolveu abandonar a banda “foi substituído por “Augusto César Carneiro” … um músico militar com muita vontade de fazer figura e talvez muitas ilusões… Ainda se conservou na S.F.U.C.O. durante 12 anos, mas chegou a sobrecarregar a banda com um reportório que, nesse tempo, não tinha executantes à altura de o executar.” “Como em certos naipes não tinha gente suficiente e capaz para executar determinada peça, distribuía os papéis pelos elementos mais seguros de outros naipes, o que era um verdadeiro disparate!”…
“Já velho e cansado, Augusto César Carneiro acabou por sair e foi substituído por outro músico militar que, desta vez, era subchefe da Banda da Marinha de Guerra, Manuel Joaquim dos Anjos André. Ainda estava ao serviço nessa altura… Trouxe um reportório mais de harmonia com as possibilidades da banda… e fez-se alguma figura com ele.
“Também conseguiu pôr às estantes elementos novos, alguns deles muito bons. Isto é, conseguiu formar músicos dando-lhe uma certa preparação”.
Em 1943 Eduardo Manuel Leite da Silva assumiu a regência da banda, mantendo o cargo até 1946, ano em que “Manuel Gomes Batalha” o substitui, sendo mestre da banda até 1950.
Neste mesmo ano, foi substituído por João de Sousa Viegas, natural de Loulé, instrumentista da Banda da Guarda Nacional Republicana, que era também o mestre da banda da Academia Recreativa Musical de Sacavém e fora durante algum tempo professor do Conservatório Nacional (experiência que lhe não agradou e que procurava que os outros esquecessem). Sob a sua regência, a banda da S.F.U.C.O. conheceu alguns dos momentos mais altos da sua, então, já longa existência e os seus invulgares dotes pedagógicos permitiram também a renovação da banda com a entrada de muitos jovens, estávamos em plena revolução do 25 de Abril de 1974.
Deixou a regência da banda e a direcção da Escola de Música em 1982, quando já tinha completado 88 anos de idade! Como prova de gratidão pelo seu valioso contributo em prol da arte dos sons na colectividade, a Direcção da S.F.U.C.O. decidiu continuar a pagar-lhe o subsídio mensal até à sua morte.
Apesar de tão provecta idade, conservava um ouvido apuradíssimo e uma lucidez impressionante para um homem com 88 anos. Apenas a vista começava a fraquejar e as artroses nas mãos e nos pés incomodavam-no, mas não o impediam de ser de uma pontualidade rigorosa, fizesse sol ou chovesse.
Substituiu-o o então 1º.Sargento-Músico Fernando José Alves Franco, professor de Música na Escola Prática de Infantaria de Mafra, que procurou imprimir à banda um estilo mais actualizado com a introdução de um reportório moderno (sobretudo, com peças latino-americanas e anglo-saxónicas).
Em 1987, entrou para regente da banda da S.F.U.C.O., sendo igualmente director da escola de música, o Sargento-Mor Luis Nogueira Rego, ex-professor de Música nos Serviços Sociais das Forças Armadas, tendo exercido também até 1996 as funções de coordenador cultural no sector de música do I.N.A.T.E.L. onde foi director de vários cursos para jovens músicos neste instituto. Dotado de grandes qualidades pedagógicas e o seu carinho pela juventude e consciente das suas possibilidades tem levado acabo uma forte aposta nestes jovens, recheando assim a banda de elementos de grande qualidade artística provocando igualmente dessa forma que os instrumentistas se situem num escalão etário médio relativamente baixo.
Deste impulso que imprimiu à Escola de Música e Banda, estão à vista os resultados que todos os amantes e conhecedores desta arte reconhecem.
Entretanto, a S.F.U.C.O. foi sofrendo (e vencendo) as suas crises.
No início dos anos 30, surgiu uma moda que levou ao desaparecimento de muitas bandas: foi a moda das “Troupes-Jazz”.
As direcções de muitas sociedades ficaram deslumbradas com a descoberta: meia dúzia de músicos – um baterista, dois ou três banjos, mais um ou dois saxofones – era quanto bastava para justificar o nome da colectividade e representavam uma mina porque animavam os bailes, que eram uma grande fonte de receitas e faziam uma despesa mínima, comparado com os custos de manutenção de uma banda.
Ao contrário, as bandas eram apenas uma fonte de encargos e preocupações: instrumental numeroso e caro, fardamentos, honorários do mestre… custos das palhetas, reparações frequentes, elevados custos de deslocação …
É claro que a moda também chegou aos Olivais e à S.F.U.C.O.
Porém, aqui seguiu-se um critério diferente: a banda manteve-se e a “Troupe-Jazz” foi formada com alguns dos melhores elementos da banda. Chamou-se “Olivais Sax Jazz” e iniciou a sua actividade em 1932.
Mandavam vir as partituras de Paris e o conjunto gozou de merecido prestígio, durante vários anos…
Esta moda, porém, como todas as modas, passou. A “Troupe Saz Jazz União Olivalense” desapareceu ainda antes de iniciada a década de 40, como aconteceu à quase totalidade das suas congéneres.
As bandas filarmónicas de Lisboa tinham sido sacrificadas a uma moda efémera, como todas as modas, e as “academias musicais”, “sociedades musicais” e “sociedades filarmónicas” passaram a ser colectividades cujos nomes já nada tinham a ver com a realidade.
De tudo isto, restava a banda da S.F.U.C.O. – a “banda dos Olivais”, justificando, mais do que nunca, o seu nome de “União e Capricho Olivalense”.
Em 1952, a S.F.U.C.O. foi desalojada da sua sede na Rua Conselheiro Dias Ferreira, 16 – 1º., por exigências do Plano de Urbanização de Olivais-Sul.
A Câmara Municipal de Lisboa cedeu-lhe o antigo Solar de Mota Veiga ou Quinta da Fonte da Pipa, já propriedade municipal e muito degradado. Os associados procederam a obras de adaptação e restauro e criaram um salão de festas, biblioteca, gabinete da direcção, sala de jogos e bar, e será aqui que a S.F.U.C.O. virá a conhecer e seu segundo espaço social. (Ver fotos deste edifício inaugurado em 1953), passados que estavam 48 anos após a doação de António Calvino Esteves.
No entanto, as mudanças paisagísticas, urbanísticas e sociais faziam sentir os seus efeitos!
O Grupo de Teatro que conquistara grande prestígio, mesmo longe dos Olivais e até fora de Lisboa, foi decaindo e acabou por se extinguir. Tinha sido um dos seus grandes animadores Henrique Ramos Pais, o Tio Henrique ou o Henrique da Petronila, homem de pouca cultura académica, mas de grande espírito inventivo e notável poeta popular, inscrito na Sociedade de Autores e que colaborou com muitas parcerias de escritores de Teatro de Revista.
Por sua vez, a banda começou a ser beneficiada com as mudanças, pois viu-se enriquecida com novos elementos, músicos filarmónicos que vinham habitar a nova urbanização e que procuraram integrar-se na banda da S.F.U.C.O. Porém, com o passar dos anos, começou a entrar numa lenta, progressiva e inexorável decadência com o envelhecimento dos seus elementos e a falta de entradas de jovens.
As lições de alfabetização, onde durante tantos anos, muitos sócios aprenderam a soletrar ao mesmo tempo que aprendiam a solfejar tiveram também o seu fim. O material didáctico foi oferecido a um posto oficial de alfabetização que funcionava no mesmo edifício sede da S.F.U.C.O.
Depois do 25 de Abril de 1974, a S.F.U.C.O. foi como que varrida por uma lufada de ar fresco. Sem qualquer iniciativa especial da parte da colectividade, esta começou a ser procurada por jovens interessados em aprender música e por pais desejosos de inscrever os filhos na Escola de Música.
Pela primeira vez na história já quase centenária da S.F.U.C.O. se começaram a ver meninas na sua Escola de Música e na banda, onde iam tomando posições de destaque. Em breve, a percentagem de jovens se tornou tão elevada que permitiu formar uma pequena banda de cerca de 30 elementos só com jovens de ambos os sexos – a banda juvenil da S.F.U.C.O.
Em 1980, a S.F.U.C.O. criou um coro misto, o “Coral Olivalense”, inicialmente dirigido por José Rocha e mais tarde, pelo Dr. José Pedrosa Fernandes, professor do Conservatório Nacional. O coro participou em vários encontros de coros, realizou numerosas actuações, muitas fora da Cidade de Lisboa, mas foi extinto no verão de 1984, por falta de condições para os ensaios.
A S.F.U.C.O. atingia assim o ponto crítico de um longo período de dificuldades.
Um associado (o Sr. António Calvino Esteves, ao tempo já proprietário da Quinta da Fonte da Pipa) cedeu à S.F.U.C.O., ainda na década de 40, uma parcela de terreno, com 836 m2, junto à Avenida Entre Aeroportos (hoje designada de Avenida de Berlim), por um preço simbólico ($10 – dez centavos – por metro quadrado) para ali ser construída a nova sede. António Calvino Esteves, ainda viu o terreno ao serviço da S.F.U.C.O., nos bailes aí realizados por altura dos Santos Populares. Tentou-se angariar fundos, (ver Título de Empréstimo) fez-se o solene lançamento da primeira pedra, mas não se conseguiu chegar nem à fase de projecto. Contactaram-se diversos construtores, mas nenhum se mostrou interessado em construir naquele local, cedendo, em troca, um espaço para a sede da colectividade.
Até que um Despacho do Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo (Engº Eduardo Pereira) desfazia todos os sonhos declarando a utilidade pública e às expropriações necessárias à execução do projecto a que aquele Plano dizia respeito (e que incluía o terreno da S.F.U.C.O. !
Inicia-se um longo e penoso período em que a S.F.U.C.O. tenta tudo para estabelecer um diálogo com a Câmara Municipal de Lisboa e que foi até ao ponto de ameaçar com a impugnação em Tribunal de qualquer tentativa de construção no terreno que lhe pertencia.
A Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais solidariza-se com a S.F.U.C.O., leva o caso à Assembleia Municipal e depois de uma longa batalha, a Proposta nº. 50/80 é aprovada por unanimidade, aceitando a permuta da parcela de terreno, com o edifício camarário onde estava à data instalada a sede da S.F.U.C.O. (Rua Alferes Santos Sasso) e comprometendo-se a Câmara Municipal de Lisboa a executar as obras necessárias para a recuperação do edifício.
As conversações prosseguem, o processo vai-se arrastando, até que ofício nº. 314 da Câmara Municipal de Lisboa, datado de 9 de Março de 1982, confirma que a S.F.U.C.O. autorizava a ocupação da parcela de terreno perante a garantia de materialização da referida proposta nº.50/80.
Estamos já em pleno consulado da Presidência da Câmara Municipal de Lisboa do Engº. Nuno Abecassis, que vai cumprindo com muita dificuldade o que foi aprovado pela Assembleia Municipal de Lisboa.
A falta de diálogo por parte da Câmara na resolução do processo, com todos os inconvenientes daí resultantes, não havia meio de se concretizar, leva mesmo a Direcção da S.F.U.C.O. a ameaçar o Presidente da edilidade, que a continuar assim, punha a banda a tocar em frente dos Paços do Concelho, para explicar aos órgãos da comunicação social a razão de tão insólito concerto ao ar livre.
Finalmente, em 1983 e já depois de muita pressão por parte da Direcção da S.F.U.C.O., há ordem por parte da Câmara Municipal de Lisboa para avançarmos com o projecto da obra da nova sede, projecto esse executado pelo então 1º.Secretário da Direcção Joaquim Barata Silva, com a colaboração graciosa dos seguintes técnicos: Arquitecto: Fernando Torres, Engenheiro Electrotécnico: José Rodrigues Valente, Engenheiros Civis: António Cruz e Carlos Ramos, e os desenhadores: Joaquim Barata Silva, Manuel de Jesus Silva e Rodrigo Moutinho.
Depois da realização do projecto e do mesmo ter sido apreciado e aprovado pelo Gabinete Técnico da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa, projecto esse que tinha sido executado para ser inserido na estrutura do edifício existente, chegou a hora de se iniciarem os trabalhos, porém devido ao estado de degradação do edifício e a má qualidade da construção, a estrutura que tinha sido planeada não pode ser aplicada, tendo a S.F.U.C.O. informado os serviços camarários deste facto, e nesse sentido só havia uma solução que era demolir o edifício e criar um outro de raiz. Com alguma dificuldade os técnicos do Gabinete Técnicos da Habitação, aceitaram esta solução proposta da S.F.U.C.O., mas como a nossa persistência foi tanta, foi ao fim de algum tempo aceite a nossa proposta. Porém tiveram que ser feitos ajustes ao projecto o que veio a atrasar o processo por mais algum tempo.
Finalmente e após a Câmara Municipal de Lisboa ter dado ordem para a obra começar, a Direcção da S.F.U.C.O. em exercício, delegou no 1º. Secretário Joaquim Barata Silva a responsabilidade técnica de coordenar e fiscalizar a obra até à sua conclusão.
Todo este trajecto demorou uma década a ser concretizado.
Entretanto a S.F.U.C.O. por decisão da Câmara Municipal de Lisboa passou a ocupar provisoriamente durante a conclusão das obras, a cave da Torre 4 da Rua Contra Almirante Armando Ferraz, que entretanto estava a ser construída na antiga parcela de terreno sua pertença e que se encontrava ainda em tosco e cheia de entulho.
A banda e o e coro passaram a ensaiar na Escola Primária nº. 36, situada na Calçadinha dos Olivais. Havia poucas condições para o coro poder ensaiar e experimentou-se outro local: desta vez, a Escola Secundária nº. 2.
Entretanto a Direcção e alguns sócios procuravam remover o entulho e criar as condições mínimas de habitabilidade para a utilização da referida cave.
As obras vão-se arrastando e o Diário Municipal nº. 14910, de 27 de Junho de 1986, publica a Proposta nº. 150/86 (subscrita pelo então vereador da cultura Arquitecto Victor Reis e aprovada por unanimidade) propondo:
1 – Saudar a S.F.U.C.O. pelo seu 1º. Centenário da Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense e desejar-lhe as maiores felicidades no trabalho meritório que pretende continuar a desenvolver.
2 – Manifestar a sua vontade e disponibilidade para continuar as obras que dêem à S.F.U.C.O. a sede que tanto ambiciona.
3 – Atribuir a Medalha de Mérito Municipal, no GRAU OURO.
O mesmo vereador, na sessão de 19 de Outubro de 1987, apresenta a Proposta nº. 349/87, propondo:
“ – Que seja autorizada a abertura do concurso público para a empreitada nº. 739/87/G.T.H. – Acabamentos dos pisos 1,2 e 3, cobertura e fachadas do Edifício da S.F.U.C.O.”
Esta proposta também foi aprovada por unanimidade.
As obras iam arrastar-se ainda por mais quase 4 anos.
Nas eleições municipais de 1990, o executivo camarário mudou totalmente era PSD /CDS, passando a ter uma maioria PS/PCP, mas o diálogo com a Câmara Municipal de Lisboa não se tornou muito mais fácil.
As obras prosseguem lentamente e acabam por ser suspensas.
Entregam-nos as chaves do edifício, mesmo inacabado. Falta a instalação do palco, o pano de boca, bastidores, bambinelas, etc.; no último piso falta a instalação eléctrica, o pavimento e outros acabamentos.
De posse das chaves do novo edifício, a Direcção e várias equipas de sócios lançaram mãos à obra, trabalharam dias e noites seguidos e a nova sede pôde, finalmente, ser inaugurada no dia 1 de Junho de 1991, quando a S.F.U.C.O. comemorava 103 anos de existência.
A nova sede veio dar satisfação ao mais velho anseio da colectividade. Agora já podemos planear livremente as nossas actividades sem estar a depender da boa vontade de outras entidades para a cedência de salas, pelo contrário agora são as outras entidades que nos solicitam frequentemente o auditório e outras salas para as suas actividades.
Associada nº. 16 da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto e associada nº 12 da Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa, a S.F.U.C.O. foi distinguida por aquela Confederação (na altura ainda Federação) com o título de “Sócio Honorário”, o “Diploma de Honra” pelos relevantes serviços prestados à Causa Recreativa e Educativa durante os seus 50 anos de existência”; “Medalha de Prata” por “actos de benemerência”; “Medalha de Reconhecimento, de Mérito e de Homenagem” pela “acção de cultura e Educação popular exercida durante os seus 62 anos de existência; “Medalha de Ouro de Instrução e Arte”; “Medalha de Prata de Bem-Fazer”; “Medalha Comemorativa de 75 anos de Actividade; “Medalha de Cobre de Reconhecimento, Mérito e de Homenagem”, “Medalha de Cobre de agradecimento do Corpo Voluntário de Salvação Pública de Moscavide e Portela”.
Em 1936, a S.F.U.C.O. foi condecorada com o Oficialato da Ordem de Benemerência, pelo Presidente de República.
Em 1987, a S.F.U.C.O. foi condecorada com a Medalha Municipal “Grau Ouro” pela Câmara Municipal de Lisboa.
– Sócia Honorária das seguintes colectividades: Sociedade Filarmónica Figueirense, Sociedade Filarmónica Dez de Agosto, Sport Grupo Sacavanense, Ginásio do Alto do Pina, Corpo Voluntário de Salvação Pública de Moscavide e Portela e Braço de Prata Futebol Clube.
– Sócio de Mérito do Sport Lisboa e Olivais
– Sócio de Mérito do Clube Oriental de Lisboa